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Pensamentos no SilvaTexas

3 de maio de 2011

SÉRIE 9500





* Proponho-me, com a ajuda de documentos e livros que se encontram no meu acervo e são originários da CP (Comboios de Portugal) e da EMEF (Empresa de Manutenção do Equipamento Ferroviário), historiar um pouco o material que circula (ou já circulou) nas vias métricas de Portugal.  
* Sem qualquer ordem vou começar pela série epigrafada. A série 9500 é comumente conhecida por LRV 2000 que são automotoras a diesel e adstritas não só à CP como também ao "Metro de Mirandela". LRV é a sigla para LIGHT RAIL VEHICLE, ou seja um veículo ferroviário ligeiro.
* A "LRV  2000" tem todo o aspeto de ser moderna, mas na verdade é o resultado da reconversão das antigas automotoras "Duro Dakovic", compradas à ex-Jugoslávia na década de oitenta. Funcionaram em linhas em redor de Zagreb (capital da Croácia). Estas, como é comum em Portugal para os exemplares mais peculiares de material circulante,m ganhou rapidamente uma alcunha: XEPA. Este nome, cuja origem está numa personagem da televisão brasileira (Dona Xepa), foi-lhe dado pelas semelhanças entre a intempestividade da automotora e da velha senhora da novela. De fato, o desempenho do material era de tal forma tempestuoso, que tornava  a viagem altamente desconfortável quer para os passageiros, quer para o pessoal da CP que nelas viajavam.
* Inicialmente de uma bitola mais reduzida, as Duro Dakovic (ou Xepas), tinham uma estrutura de bogies partilhados: um bogie servia para duas carruagens. (Bogie é a palavra que quer dizer rodado). Em Portugal tudo isto foi alterado, adaptando-se o  material para bitola métrica (um metro entre carris) e colocando-se dois bogies por carruagem.
* Fizeram serviços na Linha do Corgo e do Tua, sendo dos últimos comboios a servir as estações ferroviárias de Chaves e Bragança (em ambas existem museus ferroviários, encontrando-se o de Bragança encerrado por não reunir condições (?)) antes do encerramento ao tráfego destas estações transmontanas.
* Atualmente, as "Xepas" que não foram aproveitadas para as LRV2000 foram desmanteladas. (Duas carruagens que se encontravam na estação do Tua desapareceram (?)  - crê-se que tenham sido levadas para a bifurcação do Corgo, dado o seu estado lastimável de abandono). Esta bifurcação fica entre as linhas do Corgo e da Régua onde se encontrava (?) outro exemplar totalmente apodrecido.  

                  METRO DE MIRANDELA E LINHAS DO CORGO E TÂMEGA

* A frota de LRV2000 que inauguraram o "Metro de Mirandela" era em número de quatro, que foram batizadas com nomes de capitais europeias - Lisboa, Paris, Estrasburgo e Bruxelas. Entre os anos de 1995 e 2001, circularam apenas entre as estações ferroviárias de Mirandela e de Carvalhais, no troço treaberto ao tráfego ferroviário que havia sido encerrado em 1991/1992 até Bragança. Tinham o privilégio de atingir sessenta (60) quilómetros/hora na Linha do Tua, via que se mantém com uma restrição de velocidade de quarenta e cinco (45) quilómetros entre as estações do Tua e de Mirandela.
* Em 12 de Fevereiro de 2007, a "Bruxelas" sofreu um acidente fatal (queda ao rio Tua), perto do apeadeiro de Castanheiro, do qual resultaram três vítimas mortais e dois feridos (totalidade dos ocupantes), naquele que foi o segundo acidente mortal em cento e vinte anos da História da mais famosa linha de montanha portuguesa, Uma vez que o local não era propício ao seu resgaste, foi totalmente desmantelada (junto ao rio).
* As LRV2000 do "Metro de Mirandela" têm uma pintura verde, com o logotipo da empresa.
* Nas linhas do Tâmega e do Corgo circularam as restantes LRV2000, com uma pintura encarnada e o logotipo da CP a preto. No Tâmega vieram substituir as antigas "Nohab" da série 9100, pequenas auromotoras de 1ª e 2ª classe que ainda serviram até ao Arco de Baúlhe (términos da linha do Tâmega). No Corgo vieram substituir as últimas "Xepas" que ainda circulavam.
* (Com o encerramento das Linhas do Corgo e do Tâmega encontram-se guardadas duas nos armazens da estação ferroviária da Livração (início da linha do Tâmega) e duas ou três nas cocheiras (cobertas) da Estação do Corgo, à saída do Peso da Régua).
* (Com a mais que provável extinção definitiva destas linhas, este material será deslocado para as instalações da EMEF, no lugar de Gatões, freguesia de Guifões do concelho  matosinhense; no entanto tal operação ainda não está calendarizada).


Compilado por "texasselvagem", em Gondomar.

NOTA: Os parênteses ( ) são da minha exclusiva responsabilidade.

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