Texas Selvagem: SÉRIE 0450!

OS CAMINHOS DE FERRO E A HISTÓRIA PORTUGUESA

Após 1825, data da construção da primeira linha-férrea em Inglaterra, defendeu-se a sua introdução em Portugal, como uma das formas de modernizar o país. Mas, Portugal ainda não se tinha recuperado das convulsões políticas e das guerras civis que enfrentou e não permitiam obter os capitais necessários para tão importante investimento.

No entanto, os projectos foram sendo apresentados e a partir de 1844, no apogeu do governo de Costa Cabral, surgem tentativas de passar-se à prática e à concretização dos mesmos. Em Dezembro de 1844, funda-se a Companhia das Obras Públicas em Portugal, que apresenta como um dos seus principais objectivos a construção do caminho-de-ferro de Lisboa à fronteira espanhola, com a clara intenção de ligar o país à Europa.

Em Outubro de 1845, publicam-se as Bases que o Governo de Sua Majestade Fidelíssima oferece para a construção de caminhos-de-ferro em Portugal, que não tiveram qualquer resultado prático.

Só após 1851 com fim do governo cabralista e o início de um período político conhecido por Regeneração, cuja figura de destaque foi António Maria Fontes Pereira de Mello, se reuniram as condições para iniciar a construção da rede ferroviária nacional.

Iniciado em 1853, por uma companhia inglesa, Companhia Central dos Caminhos-de-ferro em Portugal, inaugurou-se em 28 de Outubro de 1856, entre Lisboa e o Carregado. Demoraria no entanto, mais de meio século a achar-se concluída a rede ferroviária nacional.

O NASCIMENTO DOS CAMINHOS DE FERRO

A locomotiva a que chamou Blucher, tinha como objectivo o transporte de materiais da mina, puxava uma carga de 30 toneladas a 6 km/h. A primeira linha-férrea (61 km) foi construída por Stephenson, entre Stockton e a região mineira de Darling e inaugurada em 27 de Setembro de 1825.

Em 1829, construiu-se a linha-férrea entre Liverpool e Manchester que passou a usar uma nova locomotiva, a Rocket, com uma caldeira tubular, invenção do engenheiro francês Marc Seguin e que atingia velocidades próximas dos 30km/h.

O caminho de ferro foi o motor de arranque para o desenvolvimento desenfreado na transição de um meio de transporte lento e limitado dos minérios para os passageiros, vindo já em 1835 a atingir os 100 km/h, algo que mesmo para as mentes mais avançadas da época era algo impensável e inatingível.

O caminho de ferro foi o embrião de desenvolvimento de várias formas de fixação e migração das populações, desenvolvimento de novas urbes, gestação das novas indústrias e categorias profissionais, algo de grande relevo e garante do desenvolvimento socioeconómico das sociedades.

O Comboio teve o seu arranque na Europa, mas rapidamente se expandiu pelos vários continentes, sendo o dínamo incandescente do desenvolvimento dos EUA, servindo como o elo de ligação entre os dois Oceanos (Atlântico e Pacifico).

OS CAMINHOS DE FERRO E A CP

A tarde de 28 de Outubro de 1856, ficou para a História de Portugal como o início da circulação de comboios em Portugal.
A 1ª viagem teve o seu inicio em Lisboa Santa Apolónia com destino ao Carregado, tendo o percurso de cerca de 40 quilómetros demorado 40 minutos.
1856 foi o começo da materialização do sonho que agitava todos os que ansiavam gozar as apregoadas excelências da viação acelerada.
Foi o governo da regeneração que operou o milagre, e, como principal obreiro deste, Fontes pereira de Melo.
Na verdade o caminho de ferro, por mais aperfeiçoadas que sejam as máquinas e por mais delicadas e precisas as instalações, é essencialmente uma obra de homens.
O trabalho humano sobrepõe-se e domina as máquinas, as instalações, toda a orgânica ferroviária.
O progresso do transporte desde o séc XVII até 1935, com o aumento da velocidade obtida elucida-nos sobre o progresso que, para facilidade do transporte das cargas, representou o invento do carril, o triunfo da via férrea.
Em Portugal até 1927 os caminhos de ferro eram constituídos por uma panóplia vasta de Empresas, vindo os caminhos de ferro do estado a ser fundidos na CP – Caminhos de Ferro Portugueses.
A Sociedade do Estoril só passou para a CP em 1974.
Em 1997 foi constituída a REFER, Empresa esta que veio a ficar com toda a parte da Infraestrutura.
Já neste século foi criada a Empresa Fertagus que opera os comboios urbanos no Eixo Roma/Areeiro e Setúbal.

18 de maio de 2011

SÉRIE 0450!

* A "SÉRIE 0450" - conhecida simplesmente por 450 - é um tipo de automotora ao serviço da atual operadora ferroviária portuguesa - COMBOIOS DE PORTUGAL,SA.

* Em data desconhecida, as 19 (dezanove) automotoras da Série 0400 foram abatidas ao serviço e profundamente remodeladas, recebendo, então a designação de Série 0450. A renovação, efetuada nas oficinas de Guifões - freguesia do concelho de Matosinhos - do Grupo Oficinal do Porto - GOP - consistiu na introdução de cabeçotes novos nas extremidades das automotoras, substituição dos motores, remodelação dos interiores com a adição de ar condicionado e bancos ergomómicos e introdução de componentes eletrónicos na cabine de condução, especialmente com a intridução do sistema "MICRA" - MÓDULO INTELIGENTE DE COMANDO E REGISTO DE AVARIAS, desenvolvida pela EMEF - Empresa de Manutenção do Equipamento Ferroviário.

* O projeto de reabilitação previa a divisão dos serviços efetuados por estas automotoras. As três primeiras da série seriam compostas de 1ª e 2ª classes, um pequeno furgão para acomodação de cargas maiores e ficariam apenas com o serviço Internacional entre Porto e Vigo. As restantes dezasseis seriam compostas ´somente de classe única e prestariam serviço nos comboios sururbanos entre Porto e Braga. Contudo, com as obras de eletrificação do Ramal de Braga a serem iniciadas a breve trecho, as 16 UDD - unidades duplas diesel - 0450 que prestavam serviço naquele corredor surburbano, seriam empregues nos comboios Regionais e Interregionais. Assim, decidiu-se proceder a um único modo na reabilitação do material, sendo todas as dezanove UDD 0450 compostas por 1ª e 2ª classes e um pequeno furgão instalado no veículo reboque da automotora.

* Estas novas (renovadas) unidades entraram ao serviço no ano de 1999, assegurando os serviços suburbanos entre Porto e Braga. Com a já referida eletrificação em 2004, algumas unidades foram transferidas para a linha do oeste, onde substituiriam as formações de locomotiva e carruagens e as automotoras 0601, 0602, 0610 e 0611 que se encontravam nesta linha. Pouco depois, aproveitando a presença destas automotoras na região Centro, a CP decide trocar algumas UDD 0450 da linha do oeste por automotoras "Allan 0350" - alfaces - do ramal de Lousã, cenário que ficou até ao encerramento deste ramal. Por motivos de rotação, era frequente a aparição das UDD 0450 nos comboios urbanos de Coimbra à Figueira da Foz e nos comboios Regionais de Coimbra à Figueira da Foz, por Cantanhede - já extinto.

* Em 2010 encontravam-se a fazer serviços Regionais e Interregionais nas linhas do Minho e Oeste. Permaneceram titulares do Comboio Internacional Porto/Vigo e também serviram nalguns comboios Regionais do Ramal da Lousã.

* Em 2011, com a entrada ao serviço das automotoras 592 alugadas à renfe-operadora, as UDD 0450 deixam de servir a região Norte e substituem as automotoras 0600 no serviço Regional da Linha do Algarve e as automotoras 0350 no serviço Regional entre Évora e a Funcheira, passando a funcionar apenas entre Casa Branca e Beja como complemento aos comboios Intercidades de Lisboa a Évora.

CARATERIZAÇÃO

1. - Serviços; Longo curso e Regional;

2. - Ano de entrada ao serviço: 1999;

3. - Número de unidades modernizadas: dezanove (números 0451 a 0469);

4. - Os motores de tração foram fabricados pela empresa "Cummins";

5. - Velocidade máxima: 120 (cento e vinte) quilómetros/hora);

6. - Bitola de via: 1668 milímetros - entre carris.

7. - Tipo de composição: UDD (unidades duplas a diesel);

8. - Número de cabines de condução: 2 (duas);

9. - Comprimento total: (motora+reboque) - 51,96 metros;

10. - Disposição: Motora+Reboque Piloto.

(As composições 0459 e 0461 foram sujeitas a novas remodelações, mudando as suas cores para amarelo, com riscas transversais na frente e nas traseiras e irão assim fazer um "intercidades" algarvio).

(Apesar da sua antiguidade é do melhor material circulante ainda em serviço).

Compilado em Gondomar, por "texasselvagem"

FONTES: "wikipédia livre" e outras publicações do espólio do autor.

NOTAS: Texto escrito segundo o Novo Acordo Ortogtáfico para a Língua Portuguesa;
Os parênteses ( ) são da responsabilidade do autor;
As frases antecidadas de hífens (-) são do conhecimento ptóptio.