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Pensamentos no SilvaTexas

24 de setembro de 2012

MUSEU MINEIRO DE SÃO PEDRO DA COVA-BREVE HISTÓRIA SOBRE AS MINAS DE CARVÃO...

* Sendo as fotos de minha autoria e servindo-me de um guião escrito por Suzana Faro e Joel Cleto, aos quais presto a minha humilde vénia, vou passar a compartilhar algo convosco que, remotamente, ainda terá a haver com material circulante sobre carris. 
* Foi no longínquo ano de 1795 (século XVIII) que o carvão foi descoberto em São Pedro da Cova (hoje uma vila e freguesia do concelho gondomarense); sendo que a partir daí, nunca mais deixaria de influenciar o destino daquela povoação e das suas gentes. Sendo certo que as minas já não funcionam há mais de trinta anos, também é verdade que as marcas e recordações dessa época estão ainda bem vivas por toda essa localidade. Dois espaços, são nos nossos dias,  privilégios dessa memória coletiva e símbolos incontornáveis da atividade mineira nesta região: o CAVALETE DO POÇO DA MINA DE SÃO VICENTE e a CASA DA MALTA, que foi - em muito boa hora - transformada em museu mineiro.
O transporte do carvão extraido era feito em vagonetas que,
primitivamente, eram empurradas por mulheres e que
deslizavam sobre uns carris.

Cavalete do Poço da Mina de São Vicente, que ainda
subsiste nos nossos dias

Vista geral das instalações mineiras cerca do ano de
1900.

Zorra que se encontra ao ar livre - e por isso já bastante
deteriorada - onde era efetuado o transporte do carvão para a
Central Termoelétrica do Porto. Estes veículos eram
movidos a eletricidade e moviam-se sobre carris.
Foi a primeira linha de carros elétricos criada no
Porto e que servia as minas.

Um pormenor da "Casa da Malta" hoje Museu Mineiro e
propriedade da Junta de Freguesia da vila de São
Pedro da Cova.

Nestes rodados eram encaixados as cordas de arame
que faziam deslocar os elevadores no interior das minas.

Outro pormenor da fachada do agora museu, com a
zorra no exterior e assente num segmento de carris.

Como na hora em que fotografei, o museu estava encerrado
apenas pude circular no seu exterior. Imagem do estado
lastimável em que se encontra a zorra que serviu para
o transporte de carvão.

Carro elétrico da série "fumista", devidamente cuidado, e
que serve de apoio a um snack-bar no início da freguesia.

Zorra número 58, devidamente preservada no interior
do Museu do Carro Elétrico do Porto. Eram elas que
faziam o transporte entre a freguesia gondomarense
e a cidade do Porto. Tinham duas cabines de condução
e a vara de alimentação elétrica era giratória. 
* Corria o ano de 1795 quando, por mero acaso, MANUEL ALVES DE BRITO (ainda com descendência direta) ganhou a imortalidade. Efetivamente, não tivesse ele descoberto nesse ano carvão em São Pedro da Cova, concretamente no lugar da Ervedosa (na atualidade um dos mais populosos bairros da freguesia) e, talvez, nunca se tivesse ouvido falar de semelhante personalidade. Mas façamos jus à sua descoberta...pois foi ele quem, de fato e de direito, primeiro descobriu as potencialidades minerológicas do local, obtendo, de resto, licença das autoridades do Porto para iniciar a exploração. Mas que grande exploração...É que ele "apenas" teria descoberto a maior bacia carbonífera do país  estendendo-se de Gondomar ao Pejão (concelho de Castelo de Paiva), chegando a alimentar - já no século XX - catorze (14) minas de antracite responsáveis por três quartos de toda a produção nacional. Como não há bela sem senão, a sorte  do descobridor foi tanta que...virou azar! Resultado? Um ano depois do achado e da autorização paras as explorações, o Estado suspendeu a licença e tomou posse da exploração à qual, inicialmente, associou  o nome do famoso intendente José Bonifácio de Andrade e Silva. Só no ano de 1825 o Governo largaria mão daquelas minas, arrendando a exploração a uma Companhia liksboeta à qual se foram sucedendo, ao longo dos tempos, outras empresas, companhias e arrendatários (uma das últimas terá sido a Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova, da família Lacerda e Megre).  
* Durante o lapso de tempo em que a mina esteve sob a administração direta do Governo foram retiradas sessenta e oito mil toneladas de carvão. No período de 1825 a 1849 a extração atingiu as cento e quinze mil toneladas e, nos  quarenta anos seguintes, o valor da produção atingiu as cento e quarenta sete mil toneladas. Nessa altura - ano de 1887 - a exploração atingia a profundidade de cento e quarenta metros e trezentos e vinte de extensão. No entanto o forte desenvolvimento mineiro só agora se iria iniciar. Se na sua criação o carvão se destinava fundamentalmente a consumos domésticos, a primeira metade do século XX vocacionará a extração sobrettudo para a utilização industrial (produção de vapor, fábricas de cimento, energia termoelétrica, etc.). Cada vez mais a produção anual da mina crescia, sofrendo uma fantástica aceleração. Das sete mil e quinhentas toneladas/ano registadas em 1900, salta-se, em 1920, para as cem mil toneladas/ano, ainda assim, longe das trezentas e trinta mil toneladas/ano, atingidas no ano de 1941. Mais ou menos por esta altura - no apogeu das minas - que, cerca do ano de 1921, sob a orientação técnica do engenheiro Carlos Barros se abriu o Poço de São Vicente que atingiu cento e cinquenta sete metros de profundidade (sendo hoje o ex-libris da vila).
* Alguns anos antes, em 1914, havia sido instalado um equipamento que, durante as décadas seguintes, se converteu numa das "imagens de marca" destas minas de São Pedro da Cova: o cabo aéreo de nove quilómetros de extensão que permitia o transporte direto do carvão, em pequenos vagões, desde as minas até ao Porto, concretamente ao Monte Aventino (zona entre as Antas e São Roque da Lameira). O outro meio de transporte utilizado era a "zorra" - carros elétricos adaptados para transporte de mercadoria  - e que, neste caso, dada a caraterística sujidade provocada pelo carvão, eram apelidadas, popularmente, por "viuvas".   

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16 de setembro de 2012

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DA CURIA!

* A antiga "ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DA CURIA" hoje um simples apeadeiro, é uma infaestrutura que serve as famosas Termas da Curia, na freguesia de Tamengos, concelho de Anadia e distrito de Aveiro (por enquanto...), e que integra a Linha do norte.
Frontaria do edifício da antiga estação na parte voltada
para os cais de embarque. Edifício otimamente bem
conservado, embora o fim já não seja ferroviário!

De cima do viaduto que atravessa as duas linhas
de circulação, vista da lateral direita do edifício,
observando-se a "sereia amarantina" (esposa do
autor).

Sobre o mesmo viaduto pedonal, vista geral no
sentido norte/sul.

Agora o invés,,,sentido sul/norte.

O autor segura a coluna...ou segura-se a ele próprio?

Não espreites, porque de fato não há circulações
previstas.

Passagem de nível ao quilómetro 241,645 onde se
localiza a infraestrutura e que foi completamente
abolida. Estamos em plena linha do Norte cujo
início é em Lisboa (Santa Apolónia) 

A frontaria principal do antigo edifício na parte voltada
para o Largo da Estação. De ferroviário passou a vinícola,
encontrando-se o relógio parado no tempo.
* O edifício ferroviário que serviu como estação foi projetado por COTTINELI TELMO (José Ângelo) que nasceu na cidade de Lisboa em 13 de Novembro de 1897 e faleceu em Cascais (vítima de um estúpido acidente marítimo) em 18 de Setembro  de 1948; tendo sido inaugurado no ano de 1944. O seu autor além de um reputado arquiteto (autor de vários edifícios ferroviários, Barcelos, Vila Real de Santo António e outros), foi também um cineasta de renome.
* No interior daquele edifício ferroviário (que hoje alberga uma loja de prova e venda de vinhos da Bairrada) existem quatro paineis de azulejos da autoria de JORGE BARRADAS (... Nicholson Moore ...), de apelido "O Bairradinhas", que nasceu em Lisboa em 1894, cidade onde veio a falecer em 1971, com setenta e sete anos incompletos; foi um desenhador e pintor português. Esses quatro painéis foram inaugurados cerca de um ano depois, em 1945. 

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