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Pensamentos no SilvaTexas

6 de abril de 2011

RAMAL FERROVIÁRIO DE MATOSINHOS!







* Como um pequeno preito de gratidão ao meu particular amigo e ilustre camarada das lides fotográficas ferroviárias - "el comandante" - o ilustre JOÃO MARIA RIBEIRO DA SILVA, matosinhense de alma e coração, natural da freguesia de São Mamede de Infesta e residente na freguesia de Matosinhos, e também  para os jovens da nossa geração; socorrendo-me da "wikipédia livre" e de outras publicações, vou escrever sobre um assunto que os atuais jovens, na sua maioria, devem desconhecer.
* Com efeito, a cidade de Matosinhos já teve comboios que terminavam a sua marcha em frente à praia; sendo que as locomotivas (sempre foram a vapor) invertiam a sua marcha junto ao monumento do Senhor do Padrão, ainda hoje existente.
* O "Ramal de Matosinhos", que também foi conhecido por "Ramal de Leixões" (não confundir com a "Linha de Leixões"), foi um troço ferroviário, em bitola métrica (via reduzida), que ligava a hoje cidade da Senhora da Hora a Matosinhos, a norte da cidade do Porto, numa extensão de seis (6) quilómetros.
* Este ramal, pelo menos até à inauguração da "Linha de Leixões", no ano de 1938, foi muito importante no transporte de mercadorias, sobretudo para a zona do Minho, através da também já extinta "Linha da Póvoa do Varzim", Ramal de Famalicão e Linha de Guimarães. Ficou conhecido, sobretudo, pelo transporte de peixe fresco (efetuado em carruagem própria) para a cidade do Porto e para o Minho.
* O serviço de passageiros era explorado, recorrendo também a troços da ex-Linha ferroviária da Póvoa do Varzim, no percurso Matosinhos/Senhora da Hora/Porto-Trindade. Em 1948, por exemplo, o percuso total era feito em vinte e cinco (25) minutos - sendo que o trajeto no ramal demorava apenas onze minutos - e circulavam diariamente cerca de 15 (quinze) composições em cada sentido.
* A ligação às pedreiras de São Gens (hoje tudo urbanizado) tinha a curiosidade técnica de atravessar a Linha da Póvoa do Varzim, no topo norte da Estação da Senhora (local onde hoje se encontra o único vestígio, um depósito de água).
* Com as obras do Porto de Leixões (porto artificial) houve a necessidade de erguer grandes molhes de atracagem (molhe sul e doca número 1). Tal obrigou a que tivessem de ser colocadas grandes quantidades de pedra, retiradas das "pedreiras de São Gens". Para esse fim, a COMPANHIA DAS DOCAS DO PORTO (atual APDL) construiu, em 1888, uma linha ferroviária desde as pedreiras até à zona do porto. Após a construção dos dois maiores molhes (norte e sul) a linha de transporte da pedreira passou a ter um movimento cada vez mais reduzido, o que levou ao seu fim.
* No entanto, a população de Matosinhos mobilizou-se na exigência do aproveitamento da linha para serviço público de transporte de passageiros e mercadorias até à estação da Senhora da Hora (ainda hoje existente, mas afeta ao serviço da "Metro do Porto") que pertencia à (extinta) Linha da Póvoa de Varzim.
* A APDL (Administração dos Portos do Douro e Leixões), mantendo a posse dos terrenos aceitou passar a exploração da linha para a então designada "Companhia dos Caminhos-de-Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão" que fez as obras necessárias, inaugurando a "nova" linha Senhora da Hora/Matosinhos a 06 de Maio de 1893. Esta operadora procurou introduzir, no ano de 1902, bilhetes de ida e volta neste troço, que, nesse ano, se denominava "Ramal de Leixões".
* A 30 de Junho de 1965, o ramal foi encerrado com o argumento que, por causa do seu traçado urbano, causava muitos acidentes na sua passagem pelas principais ruas de Matosinhos(!).
* Desta via férrea não existem hoje quaisquer vestígios. Depois de encerrada, os terrenos, pela Portaria número 180/70, de 08 de Abril, passaram para a posse da Câmara Municipal de Matosinhos, tendo, na sua maioria, sido urbanizados.
* No entanto, na zona de Matosinhos-sul, parte do canal da antiga linha ferroviária ainda se encontra desocupado, entre a Rua Carlos de Carvalho, atravessando as Ruas de Roberto Ivens, Brito Capelo, Brito e Cunha, Dom João I e Doutor Afonso Cordeiro. O canal torna a ser visível - embora quase irreconhecível - na zona entre a Travessa de Dom Nuno e o
 cruzamento da Vilarinha, na Circunvalação.
* Parte do leito da linha foi, mais tarde, aproveitado pela sociedade "Metro do Porto,SA" para a construção da sua linha azul.




Compilado em Gondomar, por "texasselvagem".      

1 comentários:

http://trains.smugmug.com/ 7 de abril de 2011 às 00:20  

Caro amigo Teixeira , bem pensado e bem delineado .
Os meus agradecimentos ao se referir a mim, com modéstia à parte .
Com as construções em Matosinhos - Sul ainda se vê o canal da linha férrea , entre prédios e nos terrenos , porque pertence se não me engano à CP .Depois do Hospital Pedro Hispano , perco de vista o canal , se é que ainda existe .
Ainda existe a entrada da linha ( sem linha ) para as pedreiras em S.Gens , junto aos semáforos no cruzamento para Custóias e S.da Hora
E mais não sei .Tenho umas fotos do comboio no Porto de Leixões com as pedras , pena ser em papel ....e em ponto grande ...

Continue que está a dar uma lição de história ferroviária ...

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