LINHA DE LEIXÕES!
* Como uma singela homenagem ao meu particular amigo Carlos de Sá, que reside no concelho de Vila Nova de Famalicão, mas labuta na freguesia de São Mamede de Infesta, do concelho matosinhense e acompanhado de um abraço para o elemento dos carolas - "el comandante" - ilustre João Maria Ribeiro da Silva, este matosinhense de nascimento e residência; usando várias ferramentas que compulsei, nomeadamente a "wikipédia livre" vou dissertar sobre o tema epigrafado.
* A "LINHA DE LEIXÕES", também conhecida como "Linha de Cintura do Porto" ou, ainda "Linha da Circunvalação do Porto" é uma curta ferrovia que liga as estações de Contumil (concelho do Porto) - Linha do Minho - e Leixões (concelho de Matosinhos), numa extensão total de 18,70 quilómetros, portanto, na zona norte do Grande Porto. Precisamente entre as estações de Contumil e São Gemil (concelho da Maia), esta linha tem uma das pendentes mais acentuadas da rede ferroviária portuguesa.
* Esta linha é utilizada para tráfego de mercadorias, tendo havido serviço de passageiros até 1966 e entre maio de 2009 e janeiro de 2011.
* A 15 de Fevereiro de 1900, foi publicado o decreto que aprovava um plano da rede complementar de caminhos-de-ferro (em sentido inverso ao que é feito nos nossos dias) a construir a norte do rio Mondego, e uma das vias era a "Linha da Circunvalação-Cintura", criada ao quilómetro 2,500 da Linha do Minho através de uma bifurcação entre Contumil e Leixões. Segundo proposta apresentada pelo engenheiro Fernando Sousa e aprovada a 02 de Outubro de 1900, ficou decidido que se mandasse fazer um estudo para aquela futura linha, criando-se simultâneamente naquela bifurcação uma estação de depósito, classificação e triagem de mercadorias, que em muito desafogaria a Estação de Campanhã (também no Porto), já então insuficiente para este serviço, evitando-se, ainda, as complicações para o trânsito no centro da cidade. Esta propoosta foi superiormente decidida em Julho de 1902, já que se apresentava como sendo a solução mais rentável, podendo servir o Porto de Leixões, para o transporte de passageiros, e promovendo ao mesmo tempo a expansão da grande cidade para a zona portuária.
* Aprovada a construção da "LINHA DA CIRCUNVALAÇÃO DE LEIXÕES" por uma portaria de 04 de Julho de 1905, as obras só tiveram início em 1921 e terminaram a 15 de Setembro de 1938. Todas as estações se encontram revestidas de paineis de azulejos polícromos, e os da Estação de Leixões foram pintados nas oficinas de Leopoldo Battistini, diretor artístico da "Fábrica Constância", fundada em Lisboa no ano de 1836 e desativada, apenas, no final do século passado.
* Com a entrada ao serviço daquela linha e a consequente facilidade de transporte possibilitada pela utilização de comboios e pelo acesso à rede ferroviária nacional e europeia, o Porto de Leixões afirmou-se cada vez mais como um verdadeiro porto comercial.
* Após a renovação e a eletrificação da linha, que ficou concluida em 13 de Março de 1998, os abrigos dos apeadeiros foram eliminados, deixando de ser visível qualquer vestígio daqueles.
* Saem da Estação Ferroviária de Leixões comboios TECO (transporte expresso de contentores) com destino a Espanha, cuja urgência é superior ao dos convencionais comboios de mercadorias. Do Porto de Leixões saem também comboios de estilha, cimento, cereais, contentores, etc. É vulgar observarem-se comboios da extensão máxima permitida nas ferrovias portuguesas, serpenteando junto ao Rio Leça. De Leixões a Campanhã só uma ou duas vezes se consegue avistar a cauda destes - o seu comprimento é de quinhentos metros ou, em condições especiais, poderá ir até aos setecentos (700) metros.
* No dia 22 de Maio de 2009, a CP (concretamente CP Porto- Urbanos), a Refer, a Administração do Porto de Leixões e a Câmara Municipal de Matosinhos assinaram os protocolos para o relançamento do serviço ferroviário de passageiros na Linha de Leixões a partir de Setembro - quarenta e três anos após a sua suspensão. Foi anunciado que numa primeira fase, os comboios circulariam na Concordância de São Gemil (concelho da Maia) e na Linha de Leixões entre as estações de Ermesinde (concelho de Valongo) e de Leça do Balio (concelho de Matosinhos) - isto é, não chegavam ao destino (leixões), tendo paragens intermédias em São Gemil (Maia) e São Mamede de Infesta (Matosinhos). Posteriormente os comboios urbanos seguiriam até Leixões, onde seria construida uma nova Estação Intermodal, ligando os caminhos-de-ferro, o transporte marítimo, o Metro do Porto, autocarros e o transporte individual. Nesta segunda fase, seriam também construidas novas estações e apeadeiros, para melhor servir a procura potencial deste novo serviço - em locais que existiam no passado - como Pedrouços (Maia), Arroteia e Custió/Araujo(Matosinhos), e novas estações, como São João, próximo do Hospital com o mesmo nome, entre Pedrouços e São Mamede de Infesta. No entanto esta segunda fase nunca saiu do papel; pelo que a 01 de Fevereiro de 2011, o serviço de passageiros foi novamente encerrado.
Compilado em Gondomar, por "texasselvagem".
0 comentários:
Enviar um comentário