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17 de janeiro de 2017

DIVAGAÇÕES SOBRE LINHAS FERROVIÁRIAS - PARTE V

LINHA DO CÁVADO


* Esta "Linha do Cávado" também foi conhecida por "Linha do Vale do Cávado", embora não tenha passado de um projeto. Sim, ela foi projetada como sendo de via estreita (bitola métrica) e que se avançasse iria ligar em ferrovia as cidades de Esposende e Braga, numa extensão de cerca de trinta e oito quilómetros.
* Era sabido que em meados do século XIX, o interior minhoto estava carenciado de comunicações, uma vez que as rodovias eram desajustadas, sendo, até as vias fluviais as mais procuradas para o transporte de mercadorias. No caso do Cávado, o rio em todo o seu comprimento praticamente não tinha hipótese de ser navegável, o que obrigava a que as comunicações entre as cidades do Porto e de Braga fossem efetuadas por via terrestre até ao Carregadouro e daqui para cima, via Rio Lima até Viana do Castelo. Com vista à melhoria da navegabilidade do Cávado foram feitas inúmeras tentativas, mas que sempre resultaram infrutíferas. Com a construção da estrada de Braga ao Porto, aquele eixo fluvial perdeu toda a sua importância.
* Quando se executava o planeamento da linha do Minho, foram, simultaneamente, propostos vários traçados,  uns seguindo pelo interior, outros procurando o litoral. Francisco Maria de Sousa Brandão, num seu discurso à Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, concretamente em 04 de novembro de 1876, contou que o conde espanhol de Réus tinha proposto uma linha que ligasse, diretamente, a cidade do Porto à Galiza espanhola e que seguiria pelo  litoral desde Vila do Conde, atravessando Esposende. O governo de então ordenou a realização de um novo projeto para o mesmo caminho de ferro, mas que contemplasse, logo de início, um ramal para Braga, mas pelo interior até à foz do Cávado. Outros projetos seguintes foram reduzindo o traçado pelo litoral, até que o definitivo somente a partir de Viana do Castelo usava a margem marítima. No dia 21 de maio de 1875 entrou ao serviço comercial o "ramal de Braga", que ligava aquela cidade à estação de Nine, na linha do Minho. Já a estação de Barcelos veio a ser inaugurada em 21 de outubro de 1877, integrando a linha minhota.
* Em 1897, a 10 de agosto, Mariano de Carvalho (ministro da Fazenda) apresentou às autarquias um seu projeto, com vista a autorizar o governo a lançar um concurso para a construção e consequente exploração de várias linhas ferroviárias, incluindo uma que ligaria Esposende a Barcelos. Em março de 1825 foi tornado público que já haviam tido início as obras na Linha do Cávado (ou do Vale do Cávado), mas cujo término tinha sido alterado para a Póvoa de Varzim. Em fins do ano de 1926, a Associação Comercial de Braga requereu ao Ministro do Comércio que fizesse publicar um decreto para a concessão da construção e posterior exploração de toda a linha do  Cávado.
* A concessão para esta linha, foi atribuída em 1928, à "Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal", tendo o Conselho Superior de Obras Públicas sugerido que fosse protelado o troço entre Esposende e Braga e proposto que aquela companhia procedesse à construção preferencial da linha de Braga a Arcos de Valdevez.
* O "Plano Geral da Rede Ferroviária Portuguesa", publicado através do Decreto número 18190, em 28 de março de 1930, reorganizou toda a rede ferroviária nacional, introduzindo alguns novos projetos e alterando outros.Uma das ferrovias que foi incluida no plano foi a linha do Cávado, que teria o seu início em Esposende, onde se uniria à também projetada "Linha do Litoral do Minho", atravessaria Barcelos (linha do Minho) e terminaria em Braga, onde se ligaria à igualmente projetada "Transversal do Minho" e ao Ramal de Braga, este já em funcionamento pleno.
* No ano de 1933, a "Companhia do Norte" detinha a concessão para a construção dos troços entre a Póvoa de Varzim e Guimarães, servindo os concelhos de Esposende, Barcelos e Braga, encontrando-se, à época, já aprovado o projeto da secção entre a Póvoa (de Varzim) e a localidade de Fão (antes de Esposende).
* As indefinições políticas e as crises financeiras que daí advieram, deitaram tudo a perder e todos aqueles projetos foram apodrecendo nas gavetas dos ministérios e ... esfumaram-se!    

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