Texas Selvagem - A. J. Teixeira. Com tecnologia do Blogger.

Pensamentos no SilvaTexas

26 de janeiro de 2011

CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES





* O caminho de ferro teve a viagem inaugural em 1856, no dia 28  de Outubro. De um período, no princípio do século, em que coexistiram diversas empresas públicas e privadas, surge no ano de 1951 a COMPANHIA DOS CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES, que em 1975 dá lugar à atual CP - CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES, EP.
* A CP - Caminhos de Ferro Portugueses, EP transporta 178 milhões de passageiros e 9,3 milhões de toneladas de mercadorias por ano, sobre uma rede de aproximadamente 3100 quilómetros.

A REESTRUTURAÇÃO FERROVIÁRIA

* A Diretiva Comunitária 440/91 e a Lei de Bases do Sistema  de Transportes Terrestres estabeleceram as linhas de orientação da indispensável e urgente reestruturação do sistema ferroviário nacional, designadamente apontando a necessidade de separar a gestão das infraestruturas ferroviárias da produção de transportes. Assim, o Governo definiu as linhas gerais desta reorganização assente num modelo baseado em três entidades:

1. - Entidade reguladora do setor ferroviário, que tem cono objetivo principal regular a atividade entre os operadores ferroviários e o gestor das infraestruturas, fomentando a segurança, a qualidade e a preservação do ambiente sendo, consequentemente, um orgão da Administração Central do Estado;

2. - Entidade gestora da Infraestrutura com a incumbência de garantir a instalação, desenvolvimento e manutenção das infraestruturas ferroviárias, bem como "gerir os sistemas de comando e controlo de circulação, tendo já sido publicadoo Decreto Lei número 104/97, de 29 de Abril, criando a Refer" (Redes Ferroviárias). A transição para esta entidade, de responsabilidades até então cometidas à CP e aos Gabinetes dos Nós Ferroviários de Lisboa e Porto, tem-se vindo a processar de forma gradual;

3. - Operador de Transporte - a CP, cabendo-lhe os serviços de passageiros e mercadorias, devendo promober a sua reorganização de modo a tornar-se numa empresa virada para o mercado, com uma cultura de cliente.

A CP. HOJE

*  A CP, saida da reestruturação do setor ferroviário, ao libertar-se da gestão das infraestruturas, pode definitivamente orientar a sua atividade para o serviço de transporte de passageiros e mercadorias, assumindo uma nova cultura, fortemente orientada para o mercado e para a qualidade de serviço, tendo em vista adequar a sua oferta, prestando um serviço de qualidade aos seus clientes. A CP. como operadora de transportes ferroviários enfrenta, desta forma, vários desafios.
* Neste momento, a empresa é constituida pelas seguintes unidades de negócio:

a) - Unidade de Transportes de Mercadorias e Logística - UTML;
b) - Unidade de Suburbanos da Grande Lisboa - USGL;
c) - Unidade de Suburbanos do Grande Porto - USGP;
d) - Unidade de Viagens Interurbanas e Regionais - UVIR;
e) - Unidade de Material  e Tração - UMAT.

* Nesta nova organização, as Unidades de Suburbanos assumem particular importância, uma vez que o transporte suburbano representa cerca de 82% do total de passageiros da empresa.

* Por outro lado, no domínio das mercadorias espera-se que, face ao elevado potencial de crescimento do transporte ferroviário, a UTML se afirme rapidamente, como um operador dotado de grande dinanmismo, capaz de conquistar a confiança do mercado e dos clientes.



Compilado por: texasselvagem

* Texto escrito segundo as normas do atual Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. 

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24 de janeiro de 2011

T+U+A = TUA!

Com três letrinhas apenas se escreve a palavra...tua, TUA que não é tua, mas sim nossa.
Rio Tua, Estação Ferroviária do Tua, a linha defunta do Tua; tudo beleza natural que por incúria e mão humana se vai degradando, apesar de ser das mais belas regiões durienses e vinhateiras.
Bem, mais um domingo sem chuva e com sol e por conseguinte, mais uma madrugadela do grupo dos três "carolas". Com efeito, eu (texasselvagem), o "el comandante" (j s trains) e o filósofo/historiador (cantinho/comboios), concentrou-se na Estação Ferroviária de Campanhã/Porto, onde se apanhou a UDD (unidade dupla diesel) com o número 0459, a que correspondia o comboio inter-regional 861, com partida às 7h25, com destino à Estação Ferroviária do Tua de onde se regressou na mesma composição (depois de ela ter ido ao Pocinho), sendo que neste caso, a circulação correspondia ao comboio número 870, com partida daquela estação às 12h42.
A Estação Ferroviária do Tua situa-se na aldeia do mesmo nome, no extremo sudoeste do concelho de Carrazeda de Ansiães e portanto distrito de Bragança. Encontra-se inserida no DOURO VINHATEIRO (Património da Humanidade), encontrando-se a escassos metros do Rio Douro e da foz do rio com o mesmo nome.
Nesta estação tinha início a mal-fadada Linha do Tua (via métrica) que iria até Mirandela e era servida pelas composições do "Metro de Mirandela". Hoje, esta linha encontra-se limitada à circulação de meia dúzia de quilómetros entre Mirandela e o Cachão e Mirandela a Carviçais.
Os primórdios desta estação (Tua) remontam à construção da Linha do Douro. Esta linha que deveria ligar o Porto a Espanha, atravessando primeiro as terras menos desenvolvidas a Norte do Douro, e entrando depois no vale deste gigante ibérico, chegou à estação do Tua a 01 DE SETEMBRO DE 1883, com a abertura do troço Pinhão-Tua. Durante aproximadamente quatro anos, esta estação foi terminal da Linha do Douro, onde hoje ainda permanece a rotunda ou placa giratória (já com bastantes sinais de abandono), necessária à inversão de marcha das locomotivas a vapor. No ano de 1887, a estação do Tua seria palco da abertura de dois novos troços ferroviários:

a) - 10 DE JANEIRO: Tua/Pocinho e
b) - 27 DE SETEMBRO: Tua/Mirandela (via estreita).

O primeiro foi a continuação da Linha do Douro, a qual ficaria concluída em 09 de Dezembro de 1887 com a chegada do comboio a Barca de Alva, onde a ligação internacional se faria a partir da Ponte do Rio Águeda (não confundir com o homónimo que banha a cidade do mesmo nome). O segundo fez história ao constituir o nascimento da Linha do Tua.
No espaço da estação pode-se encontrar material histórico de via estreita. Num telheiro cercado, encontra-se uma máquina a vapor e algumas carruagens e vagões, dos quais se destaca uma rara ambulância postal (tudo isto em muito mau estado).
Existem ainda três carruagens, ditas "napolitanas" que resistiram ao incêndio que em 13 de Agosto de 2009 destruiu por completo um armazém e duas daquelas históricas e únicas carruagens que devem o seu nome ao fato de terem sido fabricadas em Nápoles (Itália), no longínquo ano de 1931.
Exceto as fotografias feitas no troço da desativada Linha do Tua e as da Estação Ferroviária do Tua, todas as restantes foram efetuadas através dos vidros da composição, uma vez que as da série 0450 (são climatizadas) não têm janelas de abrir e as portas só abrem para o lado do embarque/desembarque; ao invés do que acontecia com as UTD da série 0600, sorefame, cujas janelas abriam e as portas eram puxadas por qualquer lado.

Teixeira da Silva, AJ

texasselvagem


Paragem para cruzamento na estação da  Rêde.
O camarada Luís saiu para esticar as pernas.

Com a composição parada para cruzamento, o camarada
Luís não dá tréguas ao "Malboro".
O Chefe da estação dialoga com um colega.

Ainda são 09h05 e o grupo já estava na Estação Ferroviária da Rêde.
Porém tínhamos uns longos quilómetros a percorrer.
Note-se a presença do verdadeiro "guardador"
da estação ao fundo, sentado.

Ora, mais uma vez, não menti.
Cá temos a frente da UDD com o número 0459
tendo como termo a Estação Ferroviária do
Pocinho (atual terminus da Linha do Douro).

As verdades devem ser ditas! O edifício das "retretes" (é assim que a CP
usa) daquela estação está bem conservado e já adaptado a pessoas
com deficiências motoras.

Após alguns minutos de espera lá apareceu a outra
composição. Uma "UTD" (unidade tripla diesel) da
série "Camello" que foram alugadas à congénere
espanhola "Renfe".

A partir da estação (apeadeiro?) da Pala a Linha do Douro segue em
paralelo com o Rio Douro. Aqui pode-se ver também um trecho
da Estrada Marginal que começa no Freixo (Porto), vulgo
Estrada Nacional 108.

O Douro Vinhateiro! O Rio Douro levava as águas bastante barrentas!

O interior parcial da composição que nos
transportou...bem mais espaçoso que o das
novas (velhas) "camello" espanholas.

Enfim...uma pessoa já nem pode ir ao wc da carruagem,
pois há sempre alguém à espreita!
Em pé sou eu...texasselvagem, ou como o grupo
prefere chamar "chefe dos alfas"... 

Material a aguardar serviço na Estação Ferroviária (do Peso) da  Régua.
Vê-se uma UTD (unidade tripla diesel) da marca "sorefame" da
série 0600 e uma UDD (unidade dupla diesel) da série 0450.
Como a composição em que se viajou era climatizada não tem
janelas de abrir e as portas só abrem para o lado do cais de
embarque, daí esta foto ter sido tirada através do vidro.

Mas que raio aconteceu à máquina? Indaga o nosso camarada
Luís Miguel Meireles (o historiador/filósofo). 

Na estação da Régua também estava aparcada
(aguardando serviço) uma das "UTD" da
série "camelo" espanholas.

Aqui vê-se o Rio Corgo, afluente do Douro e mais paisagem
vinícola!

Após se haver atravessado uma ponte ferroviária algaliada
(isto é, permite circulação de composições de bitola larga
e estreita), temos as cocheiras do "posto de Manutenção
da Régua", sendo aqui que as Linhas do Douro e do Corgo
(encerrada) se desviavam.

Continuam os vinhedos da mais rica região demarcada do nosso país, com
as suas quintas e adegas.

Pronto...o pouco que se vai fazendo, ferroviariamente, é com
"dinheiros comunitários". Prova à vista!

Quintas, quintinhas, montes e vales...é isto o Douro Vinhateiro (património
da humanidade)!

Um solar com os seus vinhedos a toda a volta, no lado oposto ao da
Estação Ferroviária de Covelinhas.

O nosso camarada ilustre João Ribeiro da Silva, o famoso
"el comandante" na sua melhor pose!

Paragem na Estação Ferroviária do Pinhão. Outra das mais ricas
estações na arte pictórica.

E eis-nos que a UDD número 0459 nos deixou no destino: Estação
Ferroviária do Tua (a composição irá seguir até ao Pocinho).

Vista parcial da fachada da estação virada para os cais da Linha
do Douro.

Ora temos a vista lateral de uma das célebres carruagens de via
estreita, denominadas por "napolitanas". Duas destas arderam
completamente com o barracão onde estavam recolhidas há um
ano e pico.

Relógio de caixa histórico, em madeira, que se encontra no átrio
da Estação do Tua.

Um instrumento histórico, devidamente preservado. Uma balança
decimal (o peso indicado correspondia a dez vezes mais). Servia
para o despacho das grandes encomendas (pesadas).

Ora comecemos a caminhada. Quilómetro zero da defunta
Linha do Tua (via métrica).

Material pertencente à "Refer" (Redes Ferroviárias) e afeto
às vias e obras.

Os mais velhos dão o exemplo...toca a andar! Linha do Tua.

Esta é a Linha do Douro, à entrada da estação do Tua.
O Rio Douro continua com as suas águas barrentas!

Para a posterioridade! Em cima da Linha do Tua, com a Linha do Douro em baixo
e o Rio Douro em fundo.

Ponte rodoviária sobre o Rio Tua. Pormenor do seu arco.

A mesma ponte vista de outro ângulo. Atente-se na curvatura
da via rodoviária e sua subida.

O primeiro túnel (dos vários) existente na Linha do Tua.
Aqui ainda existem carris...
Túnel denominado por "Presas".

Passado o túnel, vista do Rio Tua e da ponte rodoviária.

Primeira ponte ferroviária sobre os pedregulhos que ladeiam o
Rio Tua. A ponte encontra-se barrada, foi o grupo que teve
autorização para a abertura da mesma. 

As águas revoltas do Rio Tua. Fotografia tirada sobre a
linha ferroviária.

Desembocadura do túnel ferroviário das Presas, vendo-se toda
a sua extenção.

Esta não seria de acontecer...mas sou eu próprio.

As curvas do Rio Tua, são acompanhadas pelas das da Linha
do Tua.

Já nos encontramos muito perto do quilómetro dois. A beleza
natural deste troço devia ser preservada a todo o custo.

Aqui já não há carris, mas a sinalização  ferroviária ainda
por lá se encontra.
Ponto onde aconteceu o acidente que originou três mortos e
dois feridos. Entre as estações ferroviárias da Brunheda e
do Tua. A composição caiu ao rio.

Dá para ver a altura do "trambolhão"...

Já de regresso, após mais de três quilómetros feitos a pé.
A sinalização lá continua...serão bons auspícios (?)

Ponte ferroviária sobre a foz do Rio Tua, afluente do Douro.

Rotunda ou placa giratória, com a respetiva grua na Estação Ferroviária do Tua 

A memória já não me ajuda muito. Mas penso que foi esta
vaporosa (E170) que me levou num passeio a Mirandela,
com os meus progenitores (já falecidos) nos meus dez ou
doze anos de idade. Mais um fim inglório para quem prestou
tão relevantes serviços à nação!

Marco quilométrico indicando 139,90 da Linha do Douro (desde
Porto/São Bento), até à Estação do Tua.

Pormenor da placa giratória ou rotunda referida no texto.

Curioso...a composição que nos trouxe é a mesma que nos vai levar.
Procedente do Pocinho.

Mais uma vez a prova..."UDD" número 0459.

O material resguardado, mas impróprio para consumo existente
na Estação Ferroviária do Tua. Tudo é sucata...

Interior da carruagem em que o grupo viajou no regresso.

De costas, o camarada Luís Miguel (cantinho/comboios).

Breve paragem na Estação Ferroviária do Peso da Régua.
Foto tirada através do vidro da janela.

Novo cruzamento na Estação Ferroviária da Rêde e
novamente com uma "UTD" da série "camelo"
espanhola.

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