DESFILE COMEMORATIVO - PARTE II
* A importação de todo o material fixo e circulante indispensável para a construção e exploração desse caminho de ferro, foi autorizada livre de direitos nas alfândegas do reino até 30 de Junho de 1872, por decreto de 27 de Dezembro de 1870, que também determinou que a concessão seria anulada se até ao fim daquele prazo a construção não estivesse concluida e aberta à exploração.
* Assim em finais de Junho de 1871 iniciaram-se as obras de construção da linha marginal. A 29 de Setembro do mesmo ano estava concluida em toda a sua extensão a linha de caminho de ferro americano entre a Alfândega Nova e a Foz, prevendo-se a abertura ao público para muito breve. Porém, chegados os carros e iniciadas as primeiras experiências constataram-se algumas falhas, sendo as mais frequentes os descarrilamentos, que iriam atrasar a abertura ao público deste novo meio de transporte (revolucionário para a época). Sanados os problemas, a 09 de março de 1872 é iniciado um serviço transitório que ligava a Alfândega Nova à Foz enquanto se finalizava a linha até às Bouças (atual Matosinhos). A partida dos carros da porta da Alfândega para a Foz e vice-versa era de meia em meia hora desde as 06h00 da manhã e até às 08h00 da tarde (20h00), não contando com os carros extraordinários que poderiam ser expedidos (conforme a afluência). O preço da passagem era de oitenta reis.
* A inauguração oficial seria feita em 15 de maio de 1872, entre música e foguetes.
* Estava, assim, lançado na cidade do Porto o meio de transporte que dominaria até ao final do século XIX. Colocada a linha da marginal em pleno funcionamento, o Barão da Trovisqueira transfere para JOSÉ DIONÍSIO DE MELO e ANTÓNIO TAVARES BASTO a respetiva concessão, constituindo-se, desta forma a "COMPANHIA CARRIL AMERICANO DO PORTO Á FOZ E MATOSINHOS". Esta companhia comportava então a linha da marginal e o novo ramal que ligava o Largo dos Mártires da Liberdade (Cordoaria) à Alameda de Massarelos, via Restauração (seja o atual percurso da linha 18). O novo meio de transporte era, então, tão promissor que logo em Agosto de 1873, é criada por Vieira de Castro e Evaristo Pinto a "COMPANHIA CARRIS DE FERRO DO PORTO".
* A tração animal expandiu-se por grande parte da cidade e arredores até 1895, data em que com a introdução da tração elétrica, se inicia a sua progressiva substituição, que culminou definitivamente no ano de 1904.
Troleicarro no largo de Coimbrões, em Vila Nova de Gaia. Este modelo "BUT" foram os primeiros a circular pela atual STCP. |
Troleicarro número 23 de três portas laterais, nas suas cores de origem e em perfeito estado de circulação. Encontra-se no interior do Museu do Carro Elétrico do Porto. |
Veículo zorra número 49, com duas varas de alimentação e que serve para os serviços que os carros escadas anteriores faziam. Ainda hoje é usado! |
Tive de perguntar a um amigo engenheiro! Suspenso pelas pinças está um induzido, que é uma parte de um motor elétrico. Obrigado Peter! |
Atrelado número 25, de modelo "pipi", unidirecional e que é o único exemplar existente. Mesmo atrelado tinha de levar um guarda-freio por via das travagens bruscas! |
Fotografia que representa a primitiva máquina a vapor número 5 tracionando uma composição de atrelados em Cadouços (hoje Avenidas de Montevideu, Brasil e Rua do Passeio Alegre). |
O carro americano foi desfilar e estes...ficaram no esquecimento, mas também não comem palha! |
Meus senhores escolham o destino...as chapas estão prontas (ponte de Pedra, Antas, Praça (da Liberdade), etc.) |
Merecida homenagem ao mentor do Museu do Carro Elétrico do Porto, o Engenheiro Ferrer. |
Placa existente à entrada do Museu, exibindo a data da sua fundação. |
(continua)
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